lilian sales e filho ufg

Maternidade na Pós-Graduação

Alunas de Pós-Graduação da UFG e também ganhadoras de menções honrosas do prêmio CAPES 2019 contam sobre a experiência

Texto: Gabriella Araújo e Izabela Souza

 

A Pós-Graduação é uma fase de muito foco, estudo, comprometimento e… maternidade. Por que não? Para Lilian e Renata, pesquisadoras da UFG, o doutorado foi também momento de aumentar a família. Elas conseguiram conciliar essa etapa e ainda receberam menções honrosas no Prêmio Capes 2019.

 

Renata Ramos De Carvalho, Pós-Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), conta que descobriu a gestação durante a seleção do doutorado e, a princípio, teve algumas dificuldades em conciliar a vida acadêmica com a gravidez. Após o nascimento da filha, mesmo com o apoio da família e da Faculdade de Educação, Renata se viu em uma situação desafiadora. Sendo mãe de primeira viagem, tudo era novo e as dificuldades começaram a surgir. Ela conta que contou com o apoio do marido, mãe e irmã, pois precisava ser acompanhada durante as aulas na FE/UFG para amamentar a filha em uma sala de estudos próxima. Além disso, sobrava pouco tempo para que ela estudasse em casa e era necessário estudar enquanto a filha dormia ou enquanto houvesse auxílio.

Tive todo o apoio necessário do PPGE durante minha gravidez e após o nascimento da minha filha. Por opção minha, não tirei licença. Após o nascimento dela, cursei somente uma disciplina, minha irmã me acompanhava, ficava com ela em uma sala de estudos e eu saia para amamentar”, contou a pós-doutoranda.

 

renata ramos e filha ufgRenata Ramos e sua filha

Lilian Sales, que também passou por essa experiência durante o doutorado na UFG, conta que sempre acreditou ser possível conciliar a vida pessoal e a profissional. 

“As pessoas tendem a dedicar todo o seu tempo à vida profissional, muitas vezes estendendo as horas de trabalho pela madrugada e finais de semana, abdicando de sonhos e outros projetos. Acredito que um trabalho de boa qualidade pode ser desenvolvido em 40 horas semanais, como em qualquer contrato de dedicação exclusiva, com organização, foco e disciplina”, afirmou a pós-doutoranda. 

 

lilian sales ufgLilian Sales e filho em sua defesa de doutorado

 

Ela teve seu filho no 4° ano de doutorado e teve total apoio do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução (PPG-EcoEvol) e do seu orientador. Mesmo estando confiante em conciliar a maternidade com os estudos, após o nascimento de seu filho, os desafios vieram, não sendo fácil enfrentá-los sem o apoio familiar e de seus colegas de curso. Ela conta que, “com o apoio acadêmico devidamente fornecido, é possível concluir os estudos com ajuda dos recursos financeiros investidos na formação”. 

 

lilian sales e filho ufgLilian Sales e seu filho

Ainda assim, a boa notícia é que existe licença maternidade na Pós-Graduação para que as mães de plantão possam ter auxílio da universidade.  As regras variam de acordo com o vínculo da aluna com a instituição, sendo ela pública ou privada. A faculdade determina o período de licença da aluna em aproximadamente 180 dias (6 meses), sendo possível atribuir a ela atividades e exercícios a serem feitos no conforto de casa.

A Universidade Federal de Goiás (UFG), por meio da Resolução CEPEC Nº 1403, regulamenta, em seu Art. 41:

Art. 41. Havendo ocorrência de parto durante a realização do curso de Pós-graduação, a licença maternidade, por quatro meses, será concedida, mediante requisição da aluna gestante ao Programa de Pós-graduação, seguindo os termos da lei vigente, não sendo a licença computada no tempo total de titulação, incluindo as prorrogações.

Se por um lado, ser mãe durante o doutorado pressupõe um ato de coragem, ousadia e resistência, por outro, sua rotina traz um acúmulo de trabalhos e, por consequência, um extremo cansaço. Quase sempre, além de conciliar a vida acadêmica com a maternidade, as mães ainda precisam realizar trabalhos domésticos e até trabalhos extras. Há ainda as que afirmam que é difícil organizar toda essa rotina e se manter firmes aos estudos sem desistir.

Contudo, a Universidade oferece total apoio à estudante e, apesar das críticas à maternidade nesse período, Lilian e Renata conseguiram ser positivas, conciliando e superando os obstáculos nessa importante fase da vida. As dificuldades enfrentadas por elas na criação dos filhos nunca foi empecilho para desistirem de seus sonhos e continuarem evoluindo em suas áreas. 

 

 

 

Categorias: notícias Noticias NOTICIA NOTÍCIA