PRPG-UFG convida Carlos Nobre para Aula Magna
A partir do tema “ Amazônia 4.0”, o cientista reflete sobre o engajamento de pesquisadores em grandes causas nacionais
O início do primeiro semestre letivo de 2021 será marcado por um debate que promete transformar e ampliar a visão dos pós-graduandos acerca de suas influências no mundo contemporâneo. Carlos Nobre, membro titular da Academia Brasileira de Ciências e ex-presidente da CAPES, é o convidado especial da Aula Magna promovida pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação da UFG, que ocorre no dia 25 de fevereiro, a partir das 19 horas, com transmissão ao vivo pelo Canal UFG Oficial no Youtube.
Carlos Nobre, doutor em Meteorologia pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT-EUA), é pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Pioneiro na construção de modelos climáticos, ele foi coordenador-geral do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/INPE). O cientista é considerado um dos maiores especialistas no país na área de mudanças ambientais globais, conhecido e respeitado internacionalmente por seus estudos que relacionam a ação antrópica na Amazônia às alterações climáticas globais.
Atualmente, Carlos Nobre está à frente do projeto Amazônia 4.0, que trata da criação de ecossistemas de inovação e enraizamento de uma nova bioeconomia na Amazônia, com vistas a preservação desse bioma. “A floresta Amazônica é um 'coração biológico' para a Terra, mas encontra-se crescentemente ameaçada. Porém, há uma oportunidade emergente de desenvolver um novo paradigma sustentável que garanta que a floresta valha muito mais em pé do que derrubada”, relata Nobre. O projeto pauta-se em ser socialmente inclusivo e justo, combinando conhecimentos científicos e conhecimentos tradicionais para empoderar as comunidades locais, principalmente as indígenas.
De acordo com o INPE, a Amazônia registrou recorde de queimadas em 2020. Foram mais de 10.000 km² desmatados, o equivalente a 7,2 vezes a cidade de São Paulo. No mesmo ano, o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) projetou que a temperatura no bioma pode subir até 3,3° graus até o ano de 2070, provocando ainda mais a queima da vegetação. A alta temperatura e os tempos de estiagem favorecem o fogo, mas o desastre ambiental também é resultado de anos de garimpagem, pecuária e ação de madeireiras ilegais. Dado esse contexto, a reflexão sobre uma nova bioeconomia é tema de grande importância para a universidade atual.
Bioeconomia e o papel da pós-graduação
O projeto Amazônia 4.0 é um exemplo de como a ciência produzida na pós-graduação pode, e deve, contribuir com as demandas do país. Tendo em vista que o futuro da floresta Amazônica é uma das principais pautas de discussão nas esferas política, econômica, social e cultural do Brasil, Nobre aproveita da relevância da temática florestal e de sua experiência na CAPES para discutir outra questão: o engajamento dos novos mestres e doutores nas causas nacionais.
O pró-reitor de pós-graduação da UFG, Laerte Ferreira, lembra que a universidade é um local de ambiência cultural de promoção de debates e que a Aula Magna é uma oportunidade para motivar os pós-graduandos. “A universidade precisa formar recursos humanos que consigam lidar com questões que afligem a humanidade. Os grandes temas contemporâneos possuem diversas dimensões e envolvem todas as áreas do conhecimento. Queremos uma pós-graduação que trate de temas locais mas também de questões globais, com uma perspectiva interdisciplinar”, ressalta Laerte.
A aula magna do professor Carlos Nobre deve estimular a elaboração de problemas de pesquisas atuais sobre a bioeconomia, que podem ser desenvolvidos em programas de pós-graduação no Brasil. A UFG, por exemplo, possui diferentes programas concentrados em pesquisas sobre o meio ambiente, com destaque para o PPG em Ecologia e Evolução, nota 7 na avaliação da CAPES, o PPG em Ciências Ambientais e o PPG em Ciências Biológicas, cujo edital de ingresso está aberto para os níveis de mestrado e doutorado (até 15 de fevereiro). Além disso, a UFG oferece programas de pesquisa disciplinares e interdisciplinares que podem acolher estudos de diferentes enfoques sobre o tema, uma vez que se trata de um objeto de pesquisa transversal, apto a ser abordado por diversos pontos de vista.
Carlos Nobre/ Arquivo Pessoal
Fonte: Coordenação de Comunicação da PRPG
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